Por que falar de marketing e saúde mental ao mesmo tempo?
Marketing e saúde mental podem parecer áreas distantes, mas estão profundamente conectadas. A forma como uma empresa se posiciona para o mercado — suas promessas, discursos de marca, valores e slogans — influencia diretamente a cultura interna, o comportamento das lideranças e as expectativas sobre as equipes.
Quando o marketing exibe uma imagem de excelência absoluta, velocidade extrema e performance ilimitada, mas a organização não sustenta essa narrativa internamente, cria-se um ambiente propício ao adoecimento.
A cultura de performance passa, então, a se tornar um risco psicossocial estrutural.
O que é cultura de performance (e por que isso importa)?
Cultura de performance é o conjunto de práticas, expectativas e discursos que orientam a forma como resultados devem ser alcançados. Ela pode ser saudável — quando equilibra metas, sustentabilidade e bem-estar — ou tóxica, quando coloca produtividade acima de qualquer aspecto humano.
Elementos comuns da cultura de performance tóxica:
- metas desproporcionais e sem critério técnico;
- pressão constante por velocidade e entregas urgentes;
- comunicação baseada em cobrança e não em direcionamento;
- valorização da competitividade interna excessiva;
- glamourização do cansaço e do sacrifício.
Esses fatores alimentam riscos psicossociais como estresse crônico, ansiedade, conflitos, esgotamento emocional e adoecimento mental.
Quando o marketing interno e externo não conversam
A incoerência entre discurso externo e prática interna é um dos maiores gatilhos de sofrimento nas empresas.
Exemplos comuns:
A marca prega cuidado com as pessoas, mas internamente há falta de escuta, metas agressivas e pouca clareza na comunicação.
A marca vende agilidade e inovação, mas internamente há processos confusos, retrabalho e sobrecarga.
A marca fala em sustentabilidade e equilíbrio, mas internamente normaliza jornadas exaustivas.
Quando o marketing vende uma imagem que o ambiente interno não sustenta, gera-se:
- cinismo organizacional;
- perda de confiança na liderança;
- sensação de injustiça;
- desgaste emocional;
- queda no engajamento.
Essa desconexão também aumenta significativamente os riscos psicossociais reconhecidos na NR-1.
A pressão por resultados e os impactos na saúde mental
Equipes expostas a pressão contínua por resultados, sem critérios técnicos ou capacidade real de entrega, vivenciam:
- estresse constante;
- sensação de insuficiência;
- medo de errar;
- hipervigilância;
- conflitos entre áreas;
- perda de autonomia.
Esse ambiente gera efeitos diretos na saúde mental e nos indicadores organizacionais, como absenteísmo, turnover, queda de produtividade e deterioração do clima.
Comunicação interna como ponto de equilíbrio entre expectativa e realidade
Uma comunicação interna madura tem o papel de equilibrar os efeitos da cultura de performance.
Formas de atuação:
- contextualizar metas e explicar critérios;
- alinhar expectativas entre áreas e lideranças;
- antecipar mudanças para reduzir incertezas;
- reforçar práticas sustentáveis de trabalho;
- promover espaços de escuta e colaboração.
Quando comunicação e gestão trabalham juntas, a pressão deixa de ser destrutiva e passa a ser orientadora — reduzindo riscos psicossociais.
O papel do marketing interno (endomarketing) na saúde mental
O endomarketing tem impacto direto na forma como as pessoas percebem seu trabalho e sua relação com a empresa.
Boas práticas incluem:
- campanhas que valorizam conquistas reais (não forçadas);
- reconhecimento público equilibrado;
- alinhamento entre discurso e prática;
- promoção de ações que reforçam segurança psicológica;
- narrativa institucional coerente com a realidade.
O endomarketing não deve ser cosmético, e sim coerente, responsável e conectado à gestão.
Reputação começa dentro da empresa
O sócio da Halo Inteligência em Gestão e especialista em Comunicação Estratégica, Juliano Augusto de Melo, reforça que a reputação de uma marca é construída de dentro para fora:
“Não existe reputação forte com um ambiente interno fragilizado. Quando o discurso externo é incompatível com a experiência diária das equipes, a empresa perde credibilidade, cria frustrações e aumenta o risco de adoecimento. Comunicação e marketing precisam estar alinhados com a realidade — e isso começa pela gestão.”
Com mais de 17 anos de atuação em comunicação, Juliano integra estratégia, reputação e ambiente interno para fortalecer marcas e reduzir riscos invisíveis.
Cultura de performance saudável: é possível?
Sim, quando há equilíbrio entre:
- metas realistas;
- clareza de expectativas;
- autonomia;
- comunicação transparente;
- liderança preparada;
- processos sólidos.
A cultura de performance só é sustentável quando considera a saúde mental como variável estratégica.
Diagnóstico: quando o discurso de performance está adoecendo a empresa
É hora de investigar quando:
- há aumento de conflitos entre áreas;
- metas são constantemente revistas sem explicação;
- equipes relatam cansaço extremo;
- há sensação generalizada de injustiça;
- a comunicação se torna defensiva ou punitiva;
- indicadores de saúde mental se deterioram.
A análise permite identificar excessos, ajustar expectativas e reorganizar práticas.
O papel da Halo na harmonização entre marketing, gestão e saúde mental
A Halo Inteligência em Gestão atua integrando gestão, comunicação, saúde mental e riscos psicossociais.
Nosso trabalho inclui:
- diagnóstico de riscos psicossociais;
- análise da cultura de performance;
- avaliação da coerência entre discurso externo e realidade interna;
- alinhamento entre comunicação, marketing e gestão;
- apoio na construção de culturas organizacionais mais saudáveis.
FAQ – Perguntas frequentes Cultura de performance, marketing e saúde mental
Cultura de performance pode gerar adoecimento?
Sim. Metas agressivas ou mal estruturadas aumentam riscos psicossociais.
Marketing exagerado pode impactar a saúde mental dos colaboradores?
Sim, quando o discurso externo não condiz com a prática interna.
Endomarketing ajuda na saúde mental?
Sim, desde que alinhado à gestão e não apenas cosmético.
Diagnóstico organizacional pode identificar excessos de performance?
Sim. Permite mapear causas, impactos e recomendações estratégicas.

