Pular para o conteúdo

Halo

Como o modelo de gestão influencia os riscos psicossociais nas empresas

    Modelo de gestão e riscos psicossociais

    Por que falar de modelo de gestão ao tratar de riscos psicossociais

    Quando se fala em riscos psicossociais, muitas empresas ainda concentram o olhar apenas no comportamento individual dos colaboradores. No entanto, a experiência prática e os dados mostram que o modelo de gestão é um dos principais determinantes do adoecimento ou da proteção da saúde mental no trabalho.

    Metas, processos, forma de liderança, comunicação e critérios de decisão moldam o dia a dia das equipes. Quando esses elementos são mal estruturados, criam um ambiente propício ao estresse crônico, à insegurança psicológica e à exaustão emocional.

    Por isso, compreender a relação entre modelo de gestão e riscos psicossociais é essencial para qualquer empresa que queira atuar de forma preventiva e estratégica.

    O que é modelo de gestão, na prática

    O modelo de gestão vai muito além do organograma ou do estilo pessoal dos líderes. Ele representa o conjunto de práticas, valores, processos e critérios que orientam como a empresa:

    • define metas e prioridades;
    • distribui responsabilidades;
    • toma decisões;
    • se comunica internamente;
    • reconhece e avalia desempenho;
    • lida com erros, conflitos e resultados.

    Esse modelo, explícito ou não, impacta diretamente a forma como o trabalho é vivido pelas pessoas.

    Como modelos de gestão podem aumentar riscos psicossociais

    Alguns padrões de gestão, ainda comuns em muitas organizações, funcionam como gatilhos estruturais de riscos psicossociais.

    Gestão baseada apenas em pressão por resultado

    Quando o foco está exclusivamente em números, sem considerar recursos, contexto e limites humanos, surgem:

    • sobrecarga de trabalho;
    • medo constante de falhar;
    • competição excessiva;
    • perda de senso de propósito.

    Esse cenário favorece estresse contínuo, ansiedade e burnout.

    Centralização excessiva de decisões

    Modelos altamente centralizados reduzem autonomia e aumentam a sensação de impotência. A falta de participação nas decisões gera insegurança, desengajamento e desgaste emocional.

    Comunicação falha ou incoerente

    A ausência de comunicação clara sobre metas, mudanças e expectativas cria ruído, retrabalho e conflitos. Quando o discurso da liderança não se sustenta na prática, instala-se a insegurança psicológica.

    Cultura de controle e punição

    Ambientes baseados em vigilância constante, medo do erro e punição tendem a silenciar problemas, aumentar conflitos e elevar significativamente os riscos psicossociais.

    Quando o modelo de gestão atua como fator de proteção

    Por outro lado, modelos de gestão bem estruturados funcionam como importantes fatores de proteção à saúde mental.

    Gestão baseada em dados e contexto

    Decisões sustentadas por dados reais, indicadores organizacionais e leitura de contexto reduzem arbitrariedades e aumentam previsibilidade, diminuindo o estresse nas equipes.

    Liderança com foco em pessoas e resultados

    Modelos que equilibram desempenho e cuidado criam ambientes mais seguros psicologicamente, nos quais as pessoas conseguem entregar resultados sem adoecer.

    Comunicação interna clara e consistente

    A comunicação transparente, contínua e coerente fortalece a confiança, reduz conflitos e contribui diretamente para a prevenção de riscos psicossociais.

    Reconhecimento e justiça organizacional

    Critérios claros de reconhecimento, avaliação e crescimento reduzem sensação de injustiça, um dos fatores mais associados ao sofrimento psicológico no trabalho.

    A relação entre gestão, comunicação interna e riscos psicossociais

    A comunicação interna é um dos principais canais pelos quais o modelo de gestão se manifesta no cotidiano. Falhas na comunicação amplificam riscos psicossociais, enquanto práticas bem estruturadas fortalecem a segurança psicológica.

    Empresas que investem em comunicação clara, escuta ativa e alinhamento constante conseguem reduzir ruídos, conflitos e desgaste emocional, mesmo em contextos de alta pressão.

    Pressão por performance, marketing e saúde mental

    A lógica de marketing e performance também influencia os riscos psicossociais. Quando a promessa externa da marca não se sustenta internamente, cria-se um ambiente de frustração e cinismo organizacional.

    Além disso, metas comerciais agressivas, sem alinhamento com a capacidade real das equipes, aumentam o risco de estresse crônico e adoecimento.

    Gestão madura reconhece que performance sustentável depende de coerência entre discurso, prática e capacidade humana.

    Modelo de gestão e NR-1: uma conexão direta

    A atualização da NR-1 reforça a responsabilidade das empresas em identificar e gerenciar riscos psicossociais. Como esses riscos estão diretamente ligados à organização do trabalho, o modelo de gestão passa a ser um elemento central no processo de conformidade legal.

    Avaliar riscos psicossociais sem revisar práticas de gestão tende a gerar diagnósticos incompletos e ações pouco eficazes.

    Quando o ajuste no modelo de gestão se torna indispensável

    Alguns sinais indicam que o modelo de gestão pode estar contribuindo para riscos psicossociais:

    • aumento recorrente de afastamentos;
    • queda de engajamento;
    • conflitos frequentes;
    • dificuldade de retenção de talentos;
    • líderes sobrecarregados e equipes exaustas.

    Nesses casos, intervenções pontuais não resolvem. É necessário olhar para a estrutura da gestão.

    O papel do diagnóstico organizacional profundo

    O diagnóstico organizacional permite compreender como o modelo de gestão impacta, na prática, a saúde mental das equipes. Ele conecta dados, escuta e análise estratégica para identificar causas reais — e não apenas sintomas.

    A partir desse diagnóstico, torna-se possível:

    • ajustar práticas de gestão;
    • fortalecer a comunicação interna;
    • reduzir riscos psicossociais;
    • estruturar ações preventivas sustentáveis.

    Imersão em gestão: quando aprofundar é necessário

    Em cenários mais complexos, apenas ajustes superficiais não são suficientes. Programas de imersão em gestão permitem revisar profundamente modelos, crenças e práticas organizacionais, criando bases mais sólidas para transformação.

    A imersão funciona como um espaço estruturado de reflexão, alinhamento e reconstrução da gestão, com impacto direto na saúde mental e nos resultados.

    Como a Halo Inteligência em Gestão pode apoiar esse processo

    A Halo Inteligência em Gestão atua apoiando empresas na análise do modelo de gestão, da comunicação interna e dos riscos psicossociais, por meio de diagnósticos organizacionais e programas de imersão orientados por dados.

    A atuação da Halo permite:

    • identificar como a gestão impacta a saúde mental;
    • alinhar práticas à NR-1;
    • fortalecer liderança e comunicação;
    • construir modelos de gestão mais sustentáveis.

    👉 Quer entender como o modelo de gestão da sua empresa impacta os riscos psicossociais? Fale com a Halo e inicie um diagnóstico organizacional aprofundado.

    FAQ – Perguntas frequentes como o modelo de gestão influencia os riscos psicossociais nas empresas

    Todo modelo de gestão gera riscos psicossociais?

    Todo modelo gera impactos. O risco surge quando não há equilíbrio entre demandas, recursos e suporte.

    Comunicação interna influencia riscos psicossociais?

    Sim. A comunicação é um dos principais mediadores entre gestão e saúde mental.

    Ajustar a gestão reduz burnout?

    Sim. Ajustes estruturais na gestão reduzem fatores que levam ao estresse crônico e ao burnout.

    Quando a imersão em gestão é indicada?

    Quando os problemas são estruturais e não se resolvem com ações pontuais ou treinamentos isolados.

    Autor

    • Evandro Bogo

      Especialista em Transformação Organizacional - Consultor Sênior da Halo Inteligência de Gestão, Evandro Bogo atua há mais de 30 anos com foco em desenvolvimento humano, liderança e cultura organizacional. Com experiência no setor público e privado, integrou gestão financeira, sustentabilidade e saúde mental em soluções práticas e estratégicas. É pós-graduado em Psicologia da Educação (UEMG), com MBA em Gestão Empresarial (FGV) e formações em compliance, integridade corporativa e Empretec (Sebrae).

      Ver todos os posts

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *