Os riscos psicossociais no trabalho são definidos por organizações como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) como o resultado da interação entre fatores como o conteúdo do trabalho, a forma como ele é organizado e gerenciado, as condições ambientais e as características individuais dos trabalhadores — suas competências, necessidades e expectativas.
Essas interações podem afetar negativamente a saúde dos trabalhadores, especialmente por meio das suas percepções e experiências no ambiente de trabalho (OIT, 2016).
Já segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA, 2022), esses riscos surgem de falhas na concepção e gestão do trabalho, ou de um ambiente social disfuncional.
As consequências podem ser graves, incluindo estresse ocupacional, esgotamento e até depressão.
O que diz a NR1 sobre os riscos psicossociais
A Norma Regulamentadora Nº 1 (NR1), que trata das disposições gerais em segurança e saúde no trabalho, passou a exigir, a partir de 2022, uma abordagem mais abrangente para a avaliação de riscos ocupacionais.
Entre os riscos a serem considerados, estão expressamente incluídos os riscos psicossociais, conforme o item 1.5 da norma.
A partir de 2025, com a atualização da norma, entra em vigor a obrigatoriedade de avaliar também os riscos psicossociais nos Programas de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Isso significa que as empresas deverão identificar, analisar e controlar fatores que possam impactar a saúde mental e emocional dos trabalhadores, como pressão por produtividade, jornada excessiva, assédio moral ou sexual, entre outros.
Essa mudança representa um avanço importante na legislação trabalhista brasileira, pois reconhece que os problemas de saúde mental relacionados ao trabalho têm causas específicas e preveníveis.
Além disso, a norma reforça que os riscos psicossociais devem ser tratados com a mesma seriedade que os riscos físicos, químicos e ergonômicos, exigindo ações preventivas e corretivas por parte dos empregadores.
Quais são os principais riscos psicossociais no ambiente de trabalho?
Conhecer os riscos psicossociais é essencial para prevenir problemas de saúde mental no ambiente corporativo.
A seguir, listamos os fatores mais recorrentes apontados na literatura especializada:
Carga excessiva de trabalho: demandas que excedem a capacidade física ou mental do trabalhador.
Pressão temporal: prazos inadequados ou insuficientes para a realização de tarefas.
Falta de controle sobre o trabalho: pouca autonomia para decidir como ou quando executar as atividades.
Conflitos interpessoais: relacionamentos problemáticos com colegas, líderes ou subordinados.
Violência e assédio: práticas abusivas como assédio moral, sexual ou atos discriminatórios.
Insegurança no emprego: vínculos instáveis ou ameaças constantes de desligamento.
Desequilíbrio entre vida profissional e pessoal: quando o trabalho invade o tempo de descanso e convívio social.
Falta de apoio social: ausência de suporte emocional ou operacional por parte da equipe ou gestão.
Ambiguidade e conflito de papeis: falta de clareza sobre funções, responsabilidades e expectativas.
Comunicação ineficaz: ruídos ou falhas na troca de informações entre setores ou lideranças.
Cultura organizacional tóxica: ambientes que incentivam competição desleal, desconfiança ou medo.
Falta de reconhecimento: ausência de valorização, feedback positivo ou recompensas pelo desempenho.
O impacto dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho
As doenças psicossociais são condições que afetam a saúde mental e emocional dos trabalhadores em razão de fatores relacionados ao ambiente de trabalho.
Elas não surgem do nada — são, em grande parte, consequência da exposição contínua a riscos psicossociais, como excesso de cobrança, assédio, insegurança no emprego e conflitos interpessoais.
Esses riscos afetam diretamente o bem-estar, a produtividade e até a permanência das pessoas no mercado de trabalho.
Quando negligenciados, podem desencadear diversos tipos de doenças mentais e físcias, conforme vamos detalhar na sequência.
O que são doenças psicossociais?
As doenças psicossociais são distúrbios que afetam a saúde mental e emocional do trabalhador, provocados ou agravados pela exposição contínua a riscos psicossociais no ambiente de trabalho.
Ao contrário dos desconfortos temporários, essas doenças envolvem quadros clínicos persistentes — como ansiedade, burnout e depressão — que frequentemente exigem acompanhamento profissional.
Segundo o psiquiatra e pesquisador Christophe Dejours (2015), essas condições se manifestam quando os mecanismos de enfrentamento de um indivíduo não são suficientes para lidar com as pressões psicológicas do trabalho, levando ao esgotamento psíquico.
Conheça as principais doenças psicossociais ocupacionais
A exposição contínua a riscos psicossociais no ambiente de trabalho pode desencadear uma série de doenças que comprometem a saúde mental, emocional e até física dos trabalhadores.
Abaixo, listamos as principais condições relacionadas ao contexto laboral:
Síndrome de Burnout: reconhecida pela OMS na CID-11 como um fenômeno ocupacional.
É caracterizada por esgotamento emocional, sensação de distanciamento do trabalho (cinismo) e queda no desempenho profissional.
Transtornos depressivos: envolvem tristeza constante, perda de motivação e desinteresse por atividades que antes eram prazerosas.
Transtornos de ansiedade: como ansiedade generalizada, crises de pânico e medos específicos relacionados ao trabalho.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): pode surgir após vivência ou testemunho de eventos traumáticos no ambiente de trabalho.
Transtornos adaptativos: dificuldades emocionais diante de mudanças organizacionais, pressões por desempenho ou conflitos interpessoais.
Transtornos do sono: insônia ou sono excessivo, muitas vezes provocados por preocupações constantes com o trabalho.
Síndromes psicossomáticas: sintomas físicos (como dores e distúrbios gastrointestinais) que não têm causa médica definida, mas estão ligados ao estresse psicológico.
Transtornos relacionados ao uso de substâncias: uso abusivo de álcool, medicamentos ou outras substâncias como forma de lidar com o sofrimento emocional causado pelo trabalho.
Conhecer essas doenças é fundamental para construir ambientes organizacionais mais saudáveis e prevenir o adoecimento ocupacional.
Promover saúde mental começa com o diagnóstico certo
A compreensão e o enfrentamento dos riscos psicossociais representam um passo essencial para a construção de ambientes de trabalho mais saudáveis, produtivos e sustentáveis.
Identificar e diagnosticar esses riscos de forma sistemática permite não apenas prevenir o adoecimento mental, mas também fortalecer o engajamento, a segurança psicológica e a cultura organizacional.
Em um cenário cada vez mais desafiador, contar com apoio técnico especializado faz toda a diferença para transformar dados em decisões assertivas.
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